Κυριακή 22 Οκτωβρίου 2017

Esqueletos de 2.600 anos mostram sinais de ‘execução política’ na Grécia


Corpos podem ser de soldados que tentaram dar golpe de Estado em Atenas

Há mais de 2.500 anos, um nobre ateniense chamado Cilón, o primeiro campeão olímpico que... se tem registro, tentou derrubar o governo de Atenas para se instalar no poder. De acordo com Tucídides e Heródoto, que relataram a tentativa de golpe, Cilón conseguiu arregimentar um exército de seguidores para entrar na cidade e sitiar a Acrópole, mas foi derrotado. Ele conseguiu escapar, mas não os seus soldados. Agora, arqueólogos acreditam que os corpos desses combatentes podem ter sido descobertos numa cova coletiva no porto de Falero, a poucos quilômetros da capital

Segundo Stella Chrysoulaki, diretora do projeto, a descoberta dos 80 esqueletos é “sem igual” na Grécia. Eles eram todos homens, jovens e bem alimentados. Os corpos foram deitados em três fileiras, alguns de costas e outros de bruços, na cova coletiva não identificada. Todos tinham as mãos acorrentadas, sendo que 52 tinham as mãos amarradas acima da cabeça.

De acordo com a pesquisadora, eles foram vítimas de “execução política”, com golpes mortais na cabeça. Peças de cerâmica encontradas junto aos corpos sugere que os esqueletos são datados por volta do ano 650 a.C. A tentativa de golpe de Cilón aconteceu em 632 a.C. Naquele período, Atenas estava começando a ser formada, e a cidade passava pelo momento de transição para a democracia.

Para examinar os esqueletos, os pesquisadores vão usar modernas técnicas forenses, como o perfil de DNA, para descobrir como eles viveram e morreram.

— Nós vamos usar, falando grosseiramente, métodos tornados conhecidos por séries de TV — brincou Panagiotis Karkanas, geoarqueólogo na Escola Americana de Estudos Clássicos, em Atenas, em entrevista à AFP.

Cientistas acreditam que os homens, todos jovens e bem alimentados, foram mortos com golpes na cabeça - ARIS MESSINIS / AFP

Um dos esqueletos foi encontrado com o braço torcido atrás das costas, e deve ter sido um “prisioneiro de guerra, um criminoso ou um escravo fugitivo”, disse Eleanna Prevedorou, bioarqueóloga do projeto. Todas as informações coletadas ajudam na compreensão da idade desses homens, de onde eles vinham, quão ricos eram e a posição socioeconômica deles.

A cova coletiva foi descoberta no ano passado, dentro de um dos maiores sítios arqueológicos da Grécia. Em 2012, escavações no complexo revelaram um cemitério com mais de 1.500 esqueletos, datados entre os séculos VIII e V a.C. Desde então, escavações menores revelaram outros segredos, como a dos soldados de Cilón.


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Dos 80 esqueletos descobertos, dez foram levados ao laboratório, enquanto os outros ficarão no local da descoberta para serem expostos ao público. As análises iniciais revelaram o passado violento de Atenas, com marcas de execução dos prováveis derrotados na tentativa de golpe.